Zika e Microcefalia: o que sabemos até o momento
O Brasil enfrenta uma epidemia de Zika. A doença, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, provoca sintomas parecidos, porém mais brandos do que os da dengue: febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas.
A ligação entre a zika e a microcefalia já foi comprovada pelos médicos. O Ministério da Saúde confirmou que já passa de 1761 o número de casos de microcefalia notificados no País.
O que é a Microcefalia?
É uma má-formação congênita em que o cérebro não se desenvolve de forma normal. Os bebês nascem com a circunferência da cabeça menor que 32 cm. O esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 33 cm de perímetro cefálico. No caso de bebês prematuros, esses valores mudam e dependem da idade gestacional em que ocorre o parto.
O tamanho reduzido ocorre em consequência de um atraso do desenvolvimento cerebral e, consequentemente, da caixa craniana.
- Fatores genéticos.
- Consumo de álcool e drogas pela mãe.
- Infecções congênitas, como citomegalovirus, toxoplasmose, rubéola e varicela.
- Infecção pelo zika vírus (O período de maior risco de sequelas para o bebê é o primeiro trimestre da gravidez, pois, nesse período a estrutura básica cerebral da criança está sendo formada).
Esclarecimentos dos órgãos oficiais de saúde:
Há uma rede de boatos que diz que lotes vencidos de vacinas contra rubéola aplicadas em gestantes teriam causado o surto de microcefalia. Essa informação não procede. No início deste ano, o Brasil foi declarado oficialmente livre da rubéola pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Não temos casos de rubéola congênita há muitos anos. Também não há evidências na literatura nacional e internacional sobre a associação do uso dessas vacinas com a microcefalia.
Nem todas as mulheres grávidas que foram infectadas pelo zika vírus tiveram bebês com microcefalia. Somente uma parte das mulheres. Os dados ainda são insuficientes para sabermos a proporção entre gestantes infectadas e recém-nascidos com microcefalia, neste curto espaço de tempo após detecção da epidemia de microcefalia.
Mães com zika não devem parar de amamentar. Órgãos de saúde (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano) esclareceram que não se deve parar o aleitamento. “À luz dos conhecimentos científicos atuais, não dispomos de evidências para alterar as condutas assistenciais e técnicas no que concerne ao aleitamento materno e aos Bancos de Leite Humano frente ao cenário epidemiológico do vírus zika”. O leite materno oferece muitos fatores de proteção aos bebês. Por isso, deve continuar a ser oferecido.
Quais são as possíveis sequelas da Microcefalia?
O tipo e o nível de gravidade das sequelas variam caso a caso e dependem do grau de acometimento do tecido cerebral:
- Deficiência visual / auditiva;
- Distúrbio muscular;
- Dificuldade de locomoção;
- Atraso no desenvolvimento neurológico e psíquico;
- Deficiência intelectual e cognitiva;
- Convulsões;
- Epilepsia;
- Dificuldade na amamentação e alimentação.
Quais são os exames necessários para identificar a doença?
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Até o momento, o Ministério da Saúde fez um apelo para uma mobilização nacional no combate ao mosquito Aedes aegypti.
Como a transmissão ocorre pela picada do mosquito, recomenda-se o uso de mosquiteiros, além da instalação de telas.
Também recomenda que grávidas usem roupas de manga comprida, calças e repelentes apropriados para gestantes.
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
Fonte: Dra. Maria Betânia Senna com informações do Ministério da Saúde, Associação Médica Brasileira e Fiocruz